por be.Living
“Se o seu coração fosse uma parte da sua casa, que lugar ele seria?”.
“Quando você viaja para fora de São Paulo, no feriado, você percebe que tem mais árvores na cidade ou fora dela?”.
“Quais animais você já viu ou conheceu pessoalmente?”
Essas são algumas das pesquisas que as crianças da Educação Infantil da be.Living levaram para fazer em casa ao longo deste ano. De maneira simples, apropriada e significativa, elas têm a oportunidade de, ainda pequenininhas, ir entrando em contato e aprendendo a fazer pesquisa – ferramenta tão importante para o desenvolvimento da aprendizagem e para a aquisição do conhecimento.
Nossa coordenadora pedagógica, Camila Maia, explica que as pesquisas realizadas na Educação Infantil acontecem com diferentes propósitos. “Quando as professoras estão planejando discutir um novo assunto com as crianças ou introduzir um novo tema para ser trabalhado em um projeto com a turma, as pesquisas ajudam a entender o que as crianças já conhecem sobre o assunto para que as educadoras possam ter mais recursos para iniciar a discussão. Em outras situações, as pesquisas entram como forma de agregar conhecimento, ou seja, quando as crianças já estão conhecendo sobre algum assunto ou já estão desenvolvendo um projeto sobre determinado tema, essas pesquisas acontecem para aprofundar este conhecimento”.
Neste sentido, a coordenadora afirma que a pesquisa está muito associada ao valor social do conhecimento que elas estão construindo dentro da escola. “A pesquisa induz as crianças a fazerem sempre este questionamento de associar o que elas aprendem em ambiente escolar com o cotidiano delas, na vida em família, nos espaços que elas frequentam”.
Camila explica que, nesta idade, as pesquisas são realizadas pelas crianças juntamente com suas famílias. “Cada vez mais, fortalecemos a importância de as famílias realizarem estas pesquisas com suas crianças. Sempre que mandamos uma pesquisa para casa, orientamos sobre o que se espera com cada pergunta, para que a família possa contribuir da melhor forma possível para o processo do grupo e da criança. Na prática, as crianças levam para casa uma folha, onde elas vão registrar a resposta para a pergunta que a professora está fazendo. Na grande maioria das vezes, pedimos para que os familiares escrevam, mas também mandem imagens como recorte de revista, foto da criança, desenho ou uma imagem gráfica que ilustre a resposta e sirva de apoio para que a criança possa compartilhar com os amigos na hora da roda”.
Segundo Camila, uma etapa muito importante deste trabalho é o momento em que as crianças chegam na escola com a pesquisa feita e, em roda, contam ao grupo sobre como foi o processo e sobre o que descobriram. “A pesquisa tem esse papel muito importante de compartilhar os conhecimentos, de fortalecer o pertencimento num grupo social. Neste sentido, o envolvimento das famílias no processo é muito importante. Por meio de reuniões, notícias e estratégias diversas, compartilhamos com os familiares os percursos que estão sendo vivenciados pelos grupos. Ao saberem o que o grupo está trabalhando, as famílias podem realizar uma pesquisa muito mais significativa, dando informações assertivas por escrito e garantindo o uso de imagens para a criança se apoiar no momento de partilhar o seu conhecimento”.
A parceria com as famílias é um pilar muito importante em todo o trabalho realizado na Educação Infantil da be.Living. “Trazemos as famílias para dentro da escola, planejamos eventos e situações em nosso calendário para recebê-las em momentos de interação e brincadeira, e também, em momentos em que compartilhamos o que está sendo vivido e construído com cada criança e grupo. Entendemos que é fundamental que as famílias acompanhem o que as crianças estão vivenciando para que elas possam dar suporte e sentido, do lado de fora, ao que as crianças estão aprendendo aqui. Ouvimos muito das crianças que suas famílias as levaram para determinada exposição porque elas estavam conhecendo determinado artista aqui na escola. Ou que fizeram um passeio específico porque sabiam sobre o que elas estavam aprendendo na escola. Essa parceria com a família é uma forma de convidar as crianças a continuarem o processo de aprendizagem fora da escola, valorizando e dando visibilidade para as suas narrativas e para o que elas estão construindo em termos de cultura e conhecimento. Mesmo no caso das crianças do Blue, que são mais velhas e até teriam condição de fazer um registro desses sozinhas, consideramos esse momento de troca com a família fundamental, porque é um momento de troca afetiva muito profunda, em que a criança está falando para os pais sobre algo que está sendo importante para a vida dela”.