Na década de 90 foram instituídas as primeiras aulas de computação nas escolas brasileiras, em que os alunos aprendiam noções básicas do uso do computador. Naquela época as escolas pioneiras montavam grandes salas com um computador para cada aluno ou cada dupla de trabalho. Com o rápido avanço tecnológico, logo essas aulas tornaram-se obsoletas e a sala repleta de computadores deixou de ser interessante. Continue reading “Sobre o uso e ensino de tecnologias nas escolas”
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É certo que os alunos do século XXI não são os mesmos do século passado. E há tempos que se discute a ideia de como desenvolver nos alunos o interesse pela aprendizagem na era em que têm acesso a todo tipo de informação, a qualquer momento e em qualquer lugar. Continue reading “Uso da tecnologia em sala de aula: um desafio promissor.”
Os ambientes estão em constante transformação no que se refere à implantação da tecnologia, que a cada dia se aprimora, oferecendo mais e mais acesso à informação.
O papel da escola é estar aberta para a evolução do mundo em todos os aspectos, assim como também deve estar preparada para atender, da melhor forma possível, às novas gerações de nativos digitais, que são os nascidos a partir de 1980.
Essa nova geração passou por grandes mudanças de comportamento. O jovem da geração “Y” (1982 a 1994) é “multitarefa”, questionador, imediatista e prefere os meios eletrônicos para se comunicar com o mundo. Algumas de suas habilidades tecnológicas são:
– leem 250.000 e-mails;
– ficam 10.000 h ao celular;
– olham 54 canais simultâneos;
– 70% muda a linguagem de propósito;
– preferem a internet ao meio social.
A geração Z (1994 a 2012) já é mais preocupada com a socialização por meios eletrônicos e aprende muito rápido, entretanto com mais dificuldades de concentração.
Como a escola pode ficar estática frente às necessidades dessas novas gerações?
Sabe-se que o Brasil é o 4º país em população de nativos digitais (20.1 milhões de habitantes).
Esses dados sinalizam que temos de abrir portas, preparar estudantes para o futuro e mantê-los engajados.
Escolas no mundo todo têm lançado o programa do uso de iPads para os estudantes como mais um recurso para a aprendizagem, permitindo mais criatividade no aprendizado, além de muitos outros benefícios. Algumas fazem uso dessa prerrogativa para disciplinas de língua estrangeira e estudos globais, enquanto outras o fazem para currículos completos. Os diretores dessas escolas estão convencidos de que a tecnologia fará a diferença em sala de aula.
O currículo é similar ao apresentado em materiais impressos, nas conceituadas editoras educacionais, sendo, apenas, estruturado de maneira diferente, e é autorizado pelos órgãos responsáveis pela educação no país.
Outros pontos positivos são apontados por Adriana Beatriz Gandin, pedagoga, especialista em Gestão de Pessoas em TE e autora do projeto “Ipad na sala de aula”. Segundo ela, o uso de tablets facilita:
– a busca de informações e realização de pesquisas. Não somente na internet mas também em jornais e revistas;
– o compartilhamento de informações entre alunos e professores;
– a mobilidade: com o iPad é fácil estar em grupos ou sentado em “roda” no chão ou em espaços abertos, fora da sala de aula. Não é necessário deslocar-se para o Laboratório de Informática;
– a realização de registros: anotações, gravações de voz, filmagens etc.;
– a diminuição do peso das mochilas com o uso de livros e textos digitais;
– a possibilidade de customização das aulas, que podem ser construídas e organizadas de acordo com a realidade de cada série e turma, o que dificilmente acontece quando ficamos presos a apostilas e livros didáticos;
– a segurança: o controle de acesso aos aplicativos e a sites pré-selecionados é mais viável do que em um computador;
– o desenvolvimento de trabalho com projetos transdisciplinares;
– o salvamento automático, evitando perda de conteúdo;
– a utilização para jogos pedagógicos e atividades lúdicas;
– o contato visual possibilitado entre alunos e professor, diferentemente de desktops e notebooks.
A economia de tempo também é outro fator considerado pelos especialistas em educação, pois uma pesquisa que poderia demorar a ser feita, agora, é realizada em segundos, promovendo aulas mais produtivas e prazerosas.
Uma vez comprovado que o aprendizado com o uso da tecnologia tem tantos benefícios, o grande desafio a ser considerado é decidir como o professor irá usá-la em prol dos alunos.
Em certas escolas norte-americanas, o Ipad já faz parte da lista do material individual do aluno.
Uma recente pesquisa da Pearson Foundation Survey mostra que o número de alunos que possuem seu próprio tablet triplicou, e que isso é de extremo valor para a proposta educacional, bem como para o entretenimento pessoal.
Não há dúvidas de que a tecnologia está mudando a forma de educar e que, muito em breve, as salas de aula estarão transformadas. As novas possibilidades de recursos educacionais que tal transformação acarretará excedem a tudo o que foi visto antes em matéria de educação.
Temos de reconhecer que a tecnologia permeia a vida dos estudantes no âmbito pessoal e , sendo assim, os alunos podem sentir-se desmotivados, achando que ir para uma escola sem esses recursos é dar um passo atrás no que se refere a ter menos ferramentas tecnológicas do que as que têm em sua própria casa.
Os resultados de escolas que adotam tais ferramentas têm sido surpreendentes, e esse fato deve influenciar nas decisões que visam à melhoria na educação.
Com um ambiente digital, surge um novo contexto educacional e isso exige uma nova postura do professor. O professor que não se utiliza dessas tão poderosas ferramentas faz com que essa implementação seja desperdiçada, pois o suporte de um professor bom, capacitado e com desejo de fazer o seu melhor é fundamental. É preciso que haja treinamento para essa nova realidade; ao contrário, o esforço em adotar tal inovação terá sido inútil. O currículo digital dá suporte aos professores e é poderoso e simples para o treinamento dos alunos.
Adotar ferramentas tecnológicas com o objetivo de substituir os livros, lápis e papel é um caminho excitante e cheio de promessas, todavia devem-se ter precauções para que a mudança de paradigmas educacionais se dê de forma tranquila e segura. A questão está em saber dosar esse uso.
A presença da tecnologia em nossa vida implica um movimento que não tem volta. E todo início de mudança é desafiador, mas essa, especificamente, é vital para a nova era da educação.
“A única forma de chegar ao impossível é acreditar que é possível.” (Lewis Carrol)
Professora Dra. Mônica Morejón
Mantenedora e Diretora Administrativa Colégio Bis