Os ambientes estão em constante transformação no que se refere à implantação da tecnologia, que a cada dia se aprimora, oferecendo mais e mais acesso à informação.
O papel da escola é estar aberta para a evolução do mundo em todos os aspectos, assim como também deve estar preparada para atender, da melhor forma possível, às novas gerações de nativos digitais, que são os nascidos a partir de 1980.
Essa nova geração passou por grandes mudanças de comportamento. O jovem da geração “Y” (1982 a 1994) é “multitarefa”, questionador, imediatista e prefere os meios eletrônicos para se comunicar com o mundo. Algumas de suas habilidades tecnológicas são:
– leem 250.000 e-mails;
– ficam 10.000 h ao celular;
– olham 54 canais simultâneos;
– 70% muda a linguagem de propósito;
– preferem a internet ao meio social.
A geração Z (1994 a 2012) já é mais preocupada com a socialização por meios eletrônicos e aprende muito rápido, entretanto com mais dificuldades de concentração.
Como a escola pode ficar estática frente às necessidades dessas novas gerações?
Sabe-se que o Brasil é o 4º país em população de nativos digitais (20.1 milhões de habitantes).
Esses dados sinalizam que temos de abrir portas, preparar estudantes para o futuro e mantê-los engajados.
Escolas no mundo todo têm lançado o programa do uso de iPads para os estudantes como mais um recurso para a aprendizagem, permitindo mais criatividade no aprendizado, além de muitos outros benefícios. Algumas fazem uso dessa prerrogativa para disciplinas de língua estrangeira e estudos globais, enquanto outras o fazem para currículos completos. Os diretores dessas escolas estão convencidos de que a tecnologia fará a diferença em sala de aula.
O currículo é similar ao apresentado em materiais impressos, nas conceituadas editoras educacionais, sendo, apenas, estruturado de maneira diferente, e é autorizado pelos órgãos responsáveis pela educação no país.
Outros pontos positivos são apontados por Adriana Beatriz Gandin, pedagoga, especialista em Gestão de Pessoas em TE e autora do projeto “Ipad na sala de aula”. Segundo ela, o uso de tablets facilita:
– a busca de informações e realização de pesquisas. Não somente na internet mas também em jornais e revistas;
– o compartilhamento de informações entre alunos e professores;
– a mobilidade: com o iPad é fácil estar em grupos ou sentado em “roda” no chão ou em espaços abertos, fora da sala de aula. Não é necessário deslocar-se para o Laboratório de Informática;
– a realização de registros: anotações, gravações de voz, filmagens etc.;
– a diminuição do peso das mochilas com o uso de livros e textos digitais;
– a possibilidade de customização das aulas, que podem ser construídas e organizadas de acordo com a realidade de cada série e turma, o que dificilmente acontece quando ficamos presos a apostilas e livros didáticos;
– a segurança: o controle de acesso aos aplicativos e a sites pré-selecionados é mais viável do que em um computador;
– o desenvolvimento de trabalho com projetos transdisciplinares;
– o salvamento automático, evitando perda de conteúdo;
– a utilização para jogos pedagógicos e atividades lúdicas;
– o contato visual possibilitado entre alunos e professor, diferentemente de desktops e notebooks.
A economia de tempo também é outro fator considerado pelos especialistas em educação, pois uma pesquisa que poderia demorar a ser feita, agora, é realizada em segundos, promovendo aulas mais produtivas e prazerosas.
Uma vez comprovado que o aprendizado com o uso da tecnologia tem tantos benefícios, o grande desafio a ser considerado é decidir como o professor irá usá-la em prol dos alunos.
Em certas escolas norte-americanas, o Ipad já faz parte da lista do material individual do aluno.
Uma recente pesquisa da Pearson Foundation Survey mostra que o número de alunos que possuem seu próprio tablet triplicou, e que isso é de extremo valor para a proposta educacional, bem como para o entretenimento pessoal.
Não há dúvidas de que a tecnologia está mudando a forma de educar e que, muito em breve, as salas de aula estarão transformadas. As novas possibilidades de recursos educacionais que tal transformação acarretará excedem a tudo o que foi visto antes em matéria de educação.
Temos de reconhecer que a tecnologia permeia a vida dos estudantes no âmbito pessoal e , sendo assim, os alunos podem sentir-se desmotivados, achando que ir para uma escola sem esses recursos é dar um passo atrás no que se refere a ter menos ferramentas tecnológicas do que as que têm em sua própria casa.
Os resultados de escolas que adotam tais ferramentas têm sido surpreendentes, e esse fato deve influenciar nas decisões que visam à melhoria na educação.
Com um ambiente digital, surge um novo contexto educacional e isso exige uma nova postura do professor. O professor que não se utiliza dessas tão poderosas ferramentas faz com que essa implementação seja desperdiçada, pois o suporte de um professor bom, capacitado e com desejo de fazer o seu melhor é fundamental. É preciso que haja treinamento para essa nova realidade; ao contrário, o esforço em adotar tal inovação terá sido inútil. O currículo digital dá suporte aos professores e é poderoso e simples para o treinamento dos alunos.
Adotar ferramentas tecnológicas com o objetivo de substituir os livros, lápis e papel é um caminho excitante e cheio de promessas, todavia devem-se ter precauções para que a mudança de paradigmas educacionais se dê de forma tranquila e segura. A questão está em saber dosar esse uso.
A presença da tecnologia em nossa vida implica um movimento que não tem volta. E todo início de mudança é desafiador, mas essa, especificamente, é vital para a nova era da educação.
“A única forma de chegar ao impossível é acreditar que é possível.” (Lewis Carrol)
Professora Dra. Mônica Morejón
Mantenedora e Diretora Administrativa Colégio Bis