Renata Cafardo, colunista de educação do jornal O Estado de S. Paulo, aborda tema fundamental para o relacionamento entre famílias e instituições de ensino: a parceria na educação. Em matéria publicada no último domingo, 25 de agosto, a jornalista destaca que, ao contrário de outros serviços, a escola particular é um ambiente onde o cliente nem sempre tem razão. A relação vai muito além de uma simples escolha de consumo.

Superproteção e novas tecnologias

Segundo a articulista, a vida contemporânea é marcada por uma geração de pais superprotetores e pela influência avassaladora da tecnologia, que expõem crianças e adolescentes a conteúdos extremamente prejudiciais. “Vivemos tempos difíceis, com gerações criadas por pais superprotetores e, ao mesmo tempo, incentivadas pelas tecnologias para ir às profundezas do que há de mais podre, triste e perigoso”.

“É claro que o sofrimento da sociedade chega à escola”, escreve Cafardo. As instituições de ensino enfrentam cada vez mais desafios como racismo, homofobia, capacitismo e outras formas de violência e preconceito. No entanto, a colunista aponta que boas escolas trabalham esses conflitos com recursos pedagógicos, transformando-os em oportunidades para ensinar valores e promover aprendizado –  e não para a punição.

Confiança e diálogo

A relação entre família e escola deve ser baseada na confiança. “Escola não é polícia, não é o sistema judiciário”, sustenta o artigo. “Escolas formam pessoas, usam o erro para transformar vidas, formam caráter, lidam com crianças e adolescentes e não com adultos já feitos. Bom sempre repetir”.

“Escolas também erram. Educadores cometem equívocos, negligências, preconceitos”, ressalta Cafardo.  Sabendo disso, é essencial que os pais confiem nos profissionais que escolheram para contribuir para o desenvolvimento de seus filhos. Para que a parceria funcione, é necessário que esses responsáveis se envolvam, dialoguem com os professores, compartilhem os desafios enfrentados em casa e abandonem a ideia de que seus filhos são perfeitos. “Muitos (pais) gostam mais do movimento de linchamento coletivo das escolas em grupos de WhatsApp. Não raro se tornam públicos.”

Repense essa parceria

Sustenta a articulista: “É claro que, como em qualquer parceria, é saudável opinar, sugerir, criticar. Mas não há educação possível quando não se confia mais. Crianças e adolescentes percebem muito facilmente a insatisfação dos pais, passam a desrespeitar professores e acaba qualquer possibilidade de aprendizagem”.

O período de abertura de matrículas é uma ótima oportunidade para repensar a parceria entre famílias e escolas, escreve Renata Cafardo. Ela sugere que os pais aproveitem esse momento para fazer perguntas importantes sobre como a escola lida com conflitos, bullying, diversidade, e como a instituição promove o pertencimento e o desenvolvimento emocional dos alunos.

Mais do que focar em quantos ex-alunos ingressaram nas melhores universidades, os pais devem avaliar se a escola está formando cidadãos completos, autônomos, íntegros e mentalmente saudáveis. “E só permaneça se continuar confiando”, aconselha Renata Cafardo.

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