A criança, a primavera e a percepção do tempo

Com a chegada da primavera o entorno se colore e se perfuma com as flores. Os pássaros cantam preenchendo o dia com sua melodia. E as crianças saltitam com alegria a brincar nos dias agradáveis de primavera. Todos sentem a chegada da primavera com alegria depois do inverno que tipicamente tem clima que traz maior recolhimento. Continuar lendo “A criança, a primavera e a percepção do tempo”

Qual o olhar que tenho sobre o meu filho?

Adolescência… Pré-adolescência… pré da pré-adolescência…o que permeia esta fase de tantas questões, dúvidas, novidades que tanto angustia os pais? A quem a chame de “aborrecência”! A justificativa para tal classificação é sempre a mesma… “São aborrecentes, chatos, querem ser independentes, mas mal conseguem cuidar do seu material escolar!”. Pois é muito se ouve, muito se fala, mas pouco se sabe. Ou se que saber.

Adolescência é uma fase transicional entre a infância e a vida adulta que implica transformações perceptivas na vida de cada um. É nesta fase que o indivíduo se percebe como uma pessoa, que se distancia da zona de conforto, se afasta dos privilégios típicos da infância e se aproxima de responsabilidades características da vida adulta. Assumir papéis sociais, prover algo, ser alguém, ter uma boa carreira, uma boa índole… Ufa! As cobranças são muitas, mas para que eu cobre é necessário que eu oriente e este é o intuito deste texto.

Lemos diariamente em jornais assuntos ligados a esta delicada fase: Bullying, desafios, baleia azul, brincadeiras de mau gosto, amadurecimento sexual, interesse pelo proibido…É preciso que estejamos preparados para lidar, orientar e acima de tudo ouvir. É importante que estejamos conectados com este mundo, com esses assuntos. Que leiamos sobre tudo que envolve este universo.

Como educadores, nosso papel de direcionar a aprendizagem contando com o fator emocional não é uma tarefa fácil. Contudo torna-se muito prazeroso quando conseguimos ouvir e perceber nosso aluno como ser único. Estarmos antenados faz parte da nossa rotina. Afinal quantos youtubers passamos a conhecer? Quantas vezes, sozinhos em casa, cantamos “Sorry” do Justin Bieber, quantas selfies tiramos e quantas vezes tivemos que pedir para que guardem seus celulares em horários inadequados?rsrs, pois é faz parte! E como pais, como identificar esta linha tênue entre o excesso de liberdade e a negligência? Como dissemos anteriormente é delicado, mas necessário.

O assunto latente hoje em dia são desafios lançados em redes sociais que incitam o jovem a se testarem, provando aos demais que são corajosos e destemidos. É importante que tenhamos um olhar atento e delicado para nossos filhos. Acompanhemos dia a dia o que fazem, por onde andam com quem falam em redes sociais… Não senhores pais, isto não é invasão de privacidade! Nós somos responsáveis pela saúde física e mental de nossos filhos. Nosso papel vai além do cuidado… Acompanhar este processo também é um ato de amor! Nesta fase preparamos nossos filhos para que consigam discernir o certo do errado, o confiável do duvidoso… Se deixarmos isso a cargo de si próprio, o resultado pode ser desastroso. Os adolescentes estão construindo sua identidade, e cobrar deles tomadas de decisões que cabem a nós adultos é no mínimo leviano de nossa parte.

Não estamos defendendo o tratamento de adolescentes como bebês, mas incentivando que se deixe aberta a porta da comunicação, sempre! O importante é que eles tenham segurança para ir quando quiserem ir, que saibam dizer não quando não tiverem vontade, que tenham abertura para perguntar quando não souberem, e quando não soubermos que tenhamos a liberdade de procurar saber… Não sabemos tudo, mas já vivemos muito, pelo menos mais que eles… Não falar da realidade, camuflar situações de perigo, não responder a perguntas pertinentes que eles mesmos fazem não ajuda: Adia! Adia o que é inevitável, o conhecimento. Se não através de nós, eles buscam sozinhos na internet, e a interpretação pode ser quase sempre deturpada. Nem sempre o adolescente tem maturidade suficiente para lidar com as informações obtidas, o que promove “achismos infundados”.

Cada pai sabe o que deseja para seu filho, é importante que estejamos atentos aos sinais. Observe seu filho, converse com seu filho, estabeleça uma relação de cumplicidade para que isto fortaleça a segurança de que o mundo é grande, é enorme, os desafios são infinitos, e nada é fácil nesta vida. Mas como dissemos: deixá-los seguros de que estaremos sempre no mesmo lugar, para que se um dia tiverem vontade poderão pedir ajuda… SEMPRE!!!

Texto: Renata Louzada – Coordenadora Pedagógica Amazing School

Educação Infantil, pra que te quero?

Quantas vezes, ao dizermos que colocaremos nosso pequeno de 1 ano na escola, ouvimos os seguintes questionamentos: Por quê? É mesmo necessário? Quais os benefícios que trará? Aí vem aquela dúvida, será que estamos tomando a decisão certa? Não seria melhor esperar até que crescesse um pouco mais? Por que tirá-lo do conforto de sua casa se ainda é tão pequeno? Pois convido a todos para, juntos, fazermos uma reflexão sobre o assunto.

Antigamente o papel de educar as crianças era restrito às famílias e às pessoas próximas. Era delas a responsabilidade de, além de cuidar, preparar seus filhos para fazerem parte de um mundo repleto de desafios. Com o passar dos anos e, de acordo com as novas exigências das sociedades, educar deixou de ser apenas uma transmissão de cultura, que passava de geração para geração e passou a ser uma exigência na formação de futuros adultos competentes, capazes de agir e transformar.Mas será que nós, pais e mães, estamos preparados para oferecer experiências desafiadoras e aprendizagens adequadas a cada faixa etária?

Estudos realizados ao longo de séculos comprovam que, a construção da própria identidade bem como o aprimoramento das capacidades de cada criança não se dá de forma espontânea.Educar, social e cognitivamente, significa oferecer situações pedagógicas orientadas que visam valorizar e ajudar no desenvolvimento de suas habilidades.Quando um professor propõe um jogo de boliche ou um jogo de percurso, muitos assuntos e áreas do conhecimento são envolvidos. Desde uma simples contagem, passando pelo estímulo motor, chegando a discussões de regras e normas, respeito ao próximo e companheirismo. Os profissionais de educação, preparados durante anos, possuem um olhar diferenciado, capaz de identificar as necessidades e os anseios de cada grupo.

Na prática, podemos diferenciar claramente uma criança que pôde vivenciar a rotina escolar desde os primeiros anos, daquelas que não tiveram esta oportunidade. Na Global Me, em particular, onde temos a língua inglesa como grande aliada, os estímulos do raciocínio lógico matemático, linguístico, motor e social, têm feito adiferença na vida destes pequenos.

Não podemos deixar de citar a importância da interação entre as crianças, pois é nesta convivência diária, em suas brincadeiras dirigidas ou não pelo professor, que os conhecimentos também são construídos e reconstruídos. São trocas de diferentes vivências familiares, de culturas oriundas de distintas realidades que enriquecem e ajudam a formar o indivíduo.

Esta é uma discussão que certamente não se encerra aqui, pois é por meio da constante avaliação de nossas práticas de ensino que teremos uma educação de qualidade.

Equipe Global Me

O Período de Adaptação

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Na adaptação escolar ocorre uma separação bastante importante e significativa entre pais e filhos. É neste momento que a criança começa a ter uma vida social independente da rotina familiar e, portanto, é um momento de muitos cuidados.

A adaptação é dividida em fases:

  • Primeiro a criança conhece a escola e passa a gostar daquele lugar;

  • Depois, se vincula a outra pessoa (professora, assistente ou babá);

  • Por último, passa-se a sentir completamente segura no ambiente escolar e despede-se dos pais ou de quem quer que esteja acompanhada com facilidade.

A seguir algumas informações relevantes para o processo de adaptação:

1 – A decisão de colocar o seu filho na escola deve resultar de atitude pensada, consciente e principalmente segura.

2 – A separação, apesar de necessária, é um processo doloroso tanto para a criança quanto para a mãe, mas é superado em pouco tempo.

3 – Por ser um momento de transição, evite mudanças na rotina da criança como desfralde, retirada da chupeta e de objetos pelos quais a criança tenha muito apego.

4 – O choro na separação é frequente e nem sempre significa que a criança não queira ficar na escola.

5 – Evite comentários sobre a adaptação da criança em sua presença.

6 – Cabe aos pais entregar a criança ao educador, colocando-a no chão e incentivando-a a ficar na escola. Não é recomendável deixar o educador com o encargo de retirar a criança do colo dos pais.

7 – Nunca saia escondido de seu filho. Despeça-se naturalmente. Uma despedida é suficiente. A insistência na despedida longa dificulta o processo de adaptação. Portanto, não devemos prolongar esse momento além do necessário.

8 – A sala de atividades é um espaço que deve ser respeitado e, a presença dos pais, além de dificultar a compreensão da separação, fará as outras crianças também queiram a presença de suas mães.

9 – Incentive a criança a procurar a ajuda do seu professor quando necessitar algo para que crie laço afetivo com ele.

10 – Lembre-se que o professor atende às crianças em grupo, procurando distribuir sua atenção igualmente, promovendo junto com a mãe a integração da criança.

11 – O período de adaptação varia de criança para criança, é único e deve ser avaliado individualmente.

12 – Cuidado com a aparente adaptação. Os pais devem respeitar o período estabelecido pela escola.

Denize E. Kindro Andreoli, Coordenadora Pedagógica da Educação Infantil – Green Book School

 

O cantinho do pensamento

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Muitas pessoas me perguntam sobre os castigos, se é certo dar uma palmadinha de vez em quando, se o “cantinho do pensamento”, ou “cadeirinha do limite” resolvem. Enfim, o que fazer quando os filhos e alunos desobedecem.

Em primeiro lugar, creio que o mais importante seja dizer que não se deve bater nos filhos, aliás, não se deve bater em ninguém. Bater é covardia, é uma forma muito primitiva de resolver conflitos. Nós, humanos, dotados de capacidade de pensamento, temos que ter outras formas de solucionar impasses.

Quando um pai ou uma mãe batem numa criança, mesmo que ela desobedeça, estão mostrando que perderam o controle da situação, estão fracos.

Além disso, estão passando uma mensagem para ela, de que isso é permitido, estão autorizando a violência. Sim, porque pais são modelos, se os pais fazem, a criança também tem direito de fazer.

Quando pais batem em filhos, estão sendo covardes… é uma mão grande batendo numa criança pequena.

E não resolve, só gera medo. Vocês acham bom os filhos terem medo dos pais? E o “cantinho do pensamento?”, adianta?

Bom, qual é a finalidade de mandarem a criança “pensar” a cada ato errado que ela fizer? Quem garante que lá no cantinho ela está realmente pensando no assunto, que sabe porque está sendo punida? Muitas crianças relatam que gostam de ir para o cantinho, assim têm tempo para pensarem na vida… em tudo, menos na questão que as levou para lá.

Algumas dicas:

Crianças precisam conhecer de antemão as regras de casa, da escola. Isso dá segurança, assim elas mesmas sabem quais são as expectativas, até onde podem ir.

Ao conhecer as regras, as crianças também precisam saber quais serão as consequências caso desobedeçam uma vez, caso desobedeçam mais vezes. Um exemplo: Na escola, se a criança bate em um amigo, a regra pode ser que na primeira vez que isso ocorrer ela será chamada à atenção, mas em caso de reincidência, será encaminhada à coordenação e perderá alguma atividade e assim por diante.

Sabendo quais são as expectativas que temos em relação ao comportamento e as consequências em caso de não cumprimento, a própria criança compreende melhor sua responsabilidade e sabe quais as consequências caso não obedeçam.
Não é necessário criar um “cantinho do pensamento”, mas é sim necessário cumprir o que foi determinado, pois isso será fundamental para que numa próxima vez a criança saiba que haverá consequências e que podem não ser boas para ela.

Pedir desculpas, de coração, também faz parte das responsabilidades das crianças. Muitas pensam que é só pedir desculpas que tudo se resolve. Não se trata disso, mas aos poucos é necessário mostrar que aquela atitude magoou outra pessoa e que o pedido de desculpas, se não resolve, atenua e faz parte da boa educação e é sim regra de boa convivência social.

O cumprimento dos combinados é fundamental, pois quando os adultos ameaçam, ameaçam, mas nunca cumprem, as crianças logo captam essa dinâmica e, sabendo da impunidade, desobedecem, pois os adultos perdem credibilidade.
Vale ressaltar que, se seus filhos (ou alunos) andam desobedecendo demais, se você tem usado o cantinho como estratégia quase diária, certamente seus métodos não estão eficazes. Reavalie seu sistema, talvez seja a hora de ameaçar menos e ser mais firme nas decisões.

Lembrem-se: bater não é o caminho, pode até não traumatizar, mas não é justo.

Marieta P. Lefèvre, Coordenadora Pedagógica Ed. Infantil Builders