Quando pensamos em uma escola voltada para a infância, o brincar aparece como questão fundamental para o desenvolvimento social, emocional e cognitivo da criança. Ao brincar, as crianças transitam por diversas linguagens, experiências e produções, olhando para o mundo e interagindo com ele. Sendo assim, quais olhares a escola e as famílias podem ter sobre os espaços e momentos de brincadeira na escola?

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Primeiro, olhemos para o percurso dos meninos e meninas ao longo da vida escolar: enquanto na educação infantil, de maneira geral, as vivências lúdicas estão garantidas, é comum que a partir do Ensino Fundamental haja cada vez menos espaço para o brincar, em prol de uma organização do currículo e da rotina focada nos conteúdos e procedimentos. Nesse linha do tempo, o tempo para brincar é reduzido de maneira significativa.

Esse processo, comum no sistema educacional de maneira geral, revela algumas concepções que podemos destacar:

  • brincar não é importante para a criança;
  • a criança não aprende enquanto brinca;
  • brincar é só uma forma de passar o tempo;

Na nossa visão, nenhuma dessas concepções está correta. Há muita aprendizagem e crescimento nas brincadeiras, nas quais a criança:

  • exercita a escolha e a tomada de decisão;
  • desenvolve a criatividade e a imaginação;
  • lida com diferentes sentimentos como medo, frustração, raiva, alegria, euforia e tristeza;
  • tem a possibilidade de ocupar diferentes papéis dentro do grupo, entre outras experiências formativas.

Esse olhar para a infância e para o brincar tem que, obrigatoriamente, ser compartilhado pelos educadores da escola. A crença na potência da brincadeira no processo de desenvolvimento do indivíduo autônomo deve ser um dos pilares do cotidiano e da sala de aula. Isso significa pensar no brincar como linguagem e como olhar para o mundo ao redor; e, ainda, no brincar como meio de aprender muitas coisas, algumas que muitas vezes os adultos mal imaginam.

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