Cada vez mais presente em escolas ao redor do mundo, a educação bilíngue vai muito além da aprendizagem de um novo idioma. Lívia de Araújo Donnini Rodrigues, professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, considera que essa modalidade de ensino promove um desenvolvimento cognitivo mais amplo e prepara as crianças para enfrentar os desafios de uma sociedade globalizada. É o que contou a professora em entrevista ao Jornal da USP no dia 8 de agosto deste ano.
Rodrigues ressalta que o aprendizado de línguas deve ser integrado a vivências sociais e culturais, o que enriquece a comunicação e contribui para o desenvolvimento de habilidades interculturais. Em um ambiente bilíngue, os alunos não apenas aprendem a falar outro idioma, mas também desenvolvem uma compreensão mais profunda de diferentes culturas, o que amplia sua visão de mundo e as possibilidades de interação social.
A especialista explica que existem diferentes abordagens na educação bilíngue, como a educação aditiva e subtrativa, que operam numa perspectiva mais monolítica, com a separação da vivência dos idiomas. Em contraste, a educação dinâmica busca integrar línguas, culturas e conteúdos curriculares de forma harmoniosa.
Nesse modelo, as escolas incentivam o estudo das línguas e culturas de maneira integrada, muitas vezes por meio de projetos e propostas didáticas em que tanto alunos quanto professores transitam naturalmente entre as línguas, ambas consideradas como línguas de instrução.
Ao inserir as crianças em um ambiente multilíngue, a educação bilíngue facilita o desenvolvimento de competências essenciais para o futuro, preparando os alunos para um mercado de trabalho cada vez mais internacional e para uma sociedade que valoriza a diversidade cultural.
Mais informações: Jornal da USP