Quem são esses novos alunos?
Os Alphas confiam muito na tecnologia, chegam a se relacionar de maneira emocional com as novidades tecnológicas. O que não é uma surpresa, considerando que desde a primeira infância já interagem com o mundo a partir de ferramentas como smartphones, tablets, assistentes de voz e brinquedos conectados à internet.
Toda essa conexão faz com que a geração Alpha seja bombardeada com estímulos visuais, sonoros e interativos em qualquer lugar e momento. Isso gera uma aceleração no desenvolvimento de certas habilidades, como fazer mais de uma tarefa ao mesmo tempo e estabelecer relações entre diferentes assuntos, mas também pode prejudicar a concentração e a paciência, ao sentir grande necessidade de inventar e ser constantemente estimulada.
A questão está posta: você acha que o modelo tradicional de educação, com espaços físicos fixos, o professor à frente da sala apenas transmitindo conteúdo engaja um perfil de criança mais livre, versátil, questionadora e hiperconectada?
Mas nem parece escola!
A discussão sobre a eficiência e eficácia da educação a distância está sendo conduzida para um ângulo controverso, pois a distância e a tecnologia em si não são o problema, mas sim o estímulo. E esse vem sendo o desafio mesmo nas aulas presenciais.
As escolas mais modernas, atentas a esse perfil estimulante do novo aluno, estão mudando. Qualquer ambiente pode virar uma sala de aula. As crianças passam a ter à disposição espaços multifuncionais, multissensoriais, multimodais e altamente criativos e tecnológicos.
A dinâmica entre aluno e professor é diferente: há troca, afinal a criança já chega com um repertório rico e questiona. Um alimenta o outro, o professor vira mediador de uma discussão que é profundamente preparada e organizada previamente. Os alunos trabalham por projetos. O conhecimento precisa fazer sentido para ser compreendido.
O que está acontecendo agora, com essa transferência abrupta da escola para os lares das crianças, é um medo e insegurança naturais e compreensivos por parte das famílias. E, diante de tudo o que foi exposto neste texto, compartilhamos algumas dicas muito ricas para lidar com a educação a distância e essa nova geração.
Dicas para lidar com a educação a distância
• A tecnologia não é inimiga. Pelo contrário, você tem um Alpha em casa! A habilidade da criança de se adaptar a esse momento é muito maior do que pensamos. Ela vai tirar de letra os recursos que estão sendo oferecidos.
• Amor em primeiro lugar. Se tem uma coisa que não muda nas gerações é a necessidade do ser humano de interação, carinho e diálogo para se desenvolver socio emocionalmente. Ouça atentamente o que a criança tem a dizer, sem julgamentos e críticas.
• Você não está substituindo o professor. As aulas continuam a ser cuidadosamente pensadas pelo educador. Tudo o que é proposto tem uma finalidade. A diferença é que os estímulos estão sendo variados e intensificados para garantir a atenção do aluno a distância. Pais e mães atuam como intermediadores do processo. E, a qualquer dificuldade, a escola tem de estar disponível para apoiar e orientar.
• Não são férias. O ambiente familiar muitas vezes é visto como de lazer para as crianças, o que pode dificultar a sua conexão com essa nova realidade. Então, é fundamental que elas entendam que as aulas continuam, só que em um novo ambiente, o de casa.
• Estímulo é tudo. Lembra quando abordamos os novos espaços físicos nos quais as escolas modernas estão investindo? Então, se tem um lugar que não lembra uma escola tradicional é a sua casa. Diferentes ambientes podem virar espaços de estudo, criando um estímulo extra para a criança.
Lembre-se de que estamos vivenciando uma situação temporária, mas que está servindo de linha divisória para mudanças importantes, significativas e necessárias na educação no mundo todo e particularmente no Brasil.
A educação a distância será a nova realidade? Talvez não, mas um modelo híbrido que oferece outras oportunidades para uma geração que precisa de novidades e estímulos pode estar chegando para ficar.
Escola responsável: Builders Educação Bilíngue